Um título um tanto quanto bombástico, mas que não deixa de ser verdade. Todos sabem que o problema da pirataria não é exclusivo à indústria de vídeo games, mas esta é atingida de forma pesada pela prática, por inúmeros fatores.


E o pior de tudo: ela inibe o crescimento do rol de desenvolvedores em países menos estabelecidos no mercado de jogos, como o Brasil.

Então resolvemos entra em contato com algumas produtoras pra saber a suas opiniões sobre o assunto. Abaixo voçes podem conferi um entrevista EXCLUSIVA com a criadora do premiado Chroma Squads :

ENTREVISTA COM A BEHOLD STUDIOS :



Power Games :
A Pirataria prejudica as produtoras independentes? principalmente as brasileiras...

Saulo Camarotti :
Ouso dizer que não. Acredito que para as pequenas produtoras existe um grande nicho mundial que compra jogos no Steam, Humble Store, Gog, PSN, Xbox Live, etc, e que garantem com certeza o sucesso financeiro de um jogo que seja bem feito, bem recebido, bem divulgado. 

O público que pirateia tem a tendência a piratear os grandes jogos AAA, que custam o olho da cara muitas vezes, e especialmente no nosso país que recebem impostos altíssimos.

Power Games :
A Behold studios está feliz com o resultado do Chroma Squad e os outros jogos da produtora mesmo com a PIRATARIA ?

Saulo Camarotti :
Com certeza! Normalmente o jogo lançado é quase que imediatamente pirateado em sites russos, chineses e brasileiros. Mas percebemos que pelo mundo vendemos muito bem, especialmente nos países como Eua, Canada, Alemanha e Japão que não tem a cultura da pirataria. No Brasil, nossos números vem melhorando também, hoje 15% das vendas vem de brasileiros que pagaram.

Power Games :
Muitas pessoas fala que baixam jogos piratas no Brasil por que os impostos são muito altos. Vocês concordam com isso ?

Saulo Camarotti :
Sim. Claro que existe uma falta de ética e moral na sociedade brasileira, mas acredito que a maneira de combater a pirataria é melhorando as condições de compra e facilitando o acesso. É o caso do Netflix para os filmes, assim como o caso do Steam para os jogos. Facilita o pagamento, logo, as pessoas compram mais nesses serviços ao invés de piratear.

Power Games :
O Brasil De uns anos pra cá, esta crescendo muito no mundo dos games a Behold studios já esta pensando em um novo jogo ? e de certa forma diminui os números de cópias piratas ?

Saulo Camarotti :
Estamos já trabalhando em outros projetos, nunca paramos. No ano de 2016 devemos anunciar um novo jogo. Não estamos nos preocupando com pirataria, pois vendemos para o mundo, e existem uma quantidade enorme de pessoas dispostas a pagar por um jogo. Atingir uma pequena parte dessas pessoas já será suficiente para o estúdio.

Power Games :
Eu percebi que o site da produtora mesmo sendo brasileira esta em inglês voçes acham que fora do brasil a pirataria pode ser menor ?

Saulo Camarotti :
Com certeza. Sem contar que 85% do nosso público é internacional. Logo todos os nossos canais são em inglês, tanto o site, quanto o facebook, twitter, instagram, etc.

Power Games :
Recentemente prenderam os donos de um site de filmes piratas, voçes acham que ser fizerem a mesma coisa com donos de site de download de jogos a pirataria vai diminuir ?

Saulo Camarotti :
Pode momentaneamente ajudar, mas a médio prazo não ajuda. Acredito que falta educação. A cultura da pirataria existe por uma profunda falta de respeito à propriedade e autoria de obras como estas. O Brasileiro tem a impressão que está sempre sendo passado a perna, então, encontra uma maneira de roubar onde puder para se sentir empoderado também. Acredito que a solução é melhorar o acesso, melhorar os sistemas de streaming e lojas virtuais, e oferecer serviços que somente os usuários que pagaram vão ter acesso, como servidores exclusivos e outros serviços.

Power Games :
Quando criam um jogo voçes acham melhor coloca um nome em português ou em inglês para maior aceitação das pessoas fora do brasil ?

Saulo Camarotti :
Não existe dúvida. O nome tem que ser internacional. Pode até ser em português, mas tem que ser acessível para o mundo todo. Não fazemos jogos para o Brasil, fazemos para o mundo todo, inclusive o Brasil.

Power Games :
Na minha opinião se colocam uma copia pirata de um jogo para baixarem, e por que o jogo e muito bom voçes acham que de certa forma a pirataria ajudar a leva o jogo para mais lugares ?

Saulo Camarotti :
Acredito que sim, mas isso não justifica a ação criminosa. Tivemos alguns casos com nossos jogos de pessoas que primeiro piratearam, e depois compraram por que queriam compensar as horas de diversão que tiveram. E alguns desses até mandam email para gente, contando do caso. Nosso papel como desenvolvedor é fazer bom jogos e disponibilizar onde quer que os usuários estejam. Assim, fazemos a nossa 

--FIM--

Como voçes podem ter visto acima a PIRATARIA de certa forma não atrapalha muito as produtoras independentes pois O público que pirateia tem a tendência a piratear os grandes jogos AAA.

Um levantamento do FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade) mostra que a pirataria ainda é um problema alarmante no Brasil, inclusive para a indústria de games: de cada cem jogos vendidos no país, 82 são piratas. Com isso, aproximadamente R$ 140 milhões deixam de circular no mercado legal.

“O pirata só copia o que deu certo e, assim, tem uma vantagem, pois quem fica com o prejuízo é a indústria formal, que investe bilhões de dólares na tentativa de viabilizar produtos”, explica Edson Vismona, presidente do FNCP.

Em 2012, segundo a Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software), foram apreendidos cerca de 630 mil mídias piratas em todo o país, incluindo software e games. Mesmo assim, a plataforma campeã de apreensões foi o PlayStation 2, que pelo visto continua bastante popular por estas bandas. Depois do PS2, vêm o PlayStation original, o Xbox 360, o PC e o Wii.


Claro que esta pesquisa foi feita em 2012 e não consta os consoles da nova geração XOne e PS4.


Muitas pessoas fala que baixam jogos piratas no Brasil por que os impostos são muito altos será que isso e verdadeiro ou falso?

Falso e verdadeiro. No Brasil, os jogos são tão caros principalmente por causa das taxas incidentes sobre eles. Basta olhar para o preço de games nos Estados Unidos e na Europa e fazer a conversão para reais para ver o quanto os impostos aumentam o preço final destes produtos em nosso país. A quantia é realmente exorbitante e proibitiva.

Mas também é fato que os desenvolvedores já embutem no preço de seus games uma quantia para compensar a pirataria — se isso é válido ou não já é uma outra discussão.

Muitas Empresas estão investindo em tentativas de driblar a pirataria e vender jogos a preços razoáveis de uma forma que evite a possibilidade de jogá-los através de cópias falsificadas. Um bom exemplo é o Steam, que ganhou imensa popularidade não somente pelas promoções que eventualmente disponibiliza, como também pelos riscos que incute aos piratas.

Esse é um esforço realizado também pelas próprias desenvolvedoras na hora de produzir seus games. Novos modelos de venda surgiram nos últimos anos, como mensalidades para jogos online, microtransações e até mesmo a venda de pedaços do game, gradualmente, foram introduzidos como forma de tentar evitar a pirataria.


outros exemplos são o Far Cry 4 que as cópias piratas do jogo que ainda não têm o primeiro patch também pirateado possuem problemas propositais nas configurações do campo de visão (field of view, ou FoV) — ou seja, o jogo apresenta problemas técnicos graves nessa área se não for original, graças a uma espécie de "trava de confirmação" que avalia se o game foi comprado legalmente ou não. A detecção é feita pelo sistema online Uplay.


outro jogo que também teve um supresinha para os "PIRATAS" foi The Sims 4 que quem baixou uma cópia ilegal de The Sims 4 através de um torrent deve ter encontrado um bug (problema de programação) que transforma os personagens e cenários em versões “pixeladas”. A franquia The Sims costuma usar o efeito para censurar partes íntimas dos Sims durante o jogo, mas na versão pirata, o efeito está em todo lugar.

As desenvolvedoras estão usando cada vez mais esta tática de vazar uma versão modificada do game para enganar jogadores que preferem baixar seus jogos via torrent. A ideia é fazer o jogador optar pela versão original depois de gastar muito tempo tentando jogar a cópia ilegal. Outra consequência desta tática é descobrir quem são os usuários que baixam ilegalmente, já que muitos desavisados entram nos fóruns da EA e de outras desenvolvedoras com seus nomes reais e emails verdadeiros buscando soluções para problemas que só existem em versões piratas.


Mas será que a PIRATARIA Existe Remédio ?


Não há uma pílula que possamos entregar à “indústria de games” para remover este mal, mas existem inúmeros passos que podemos dar na direção certa. Tanto os gamers quanto os desenvolvedores devem fazer esforços genuínos nesse sentido, mas ainda podemos buscar soluções que beneficiem  todos.

No caso dos consumidores, o primeiro, e mais importante de todos os passos, é simples — mas não fácil — e direto: parar de tentar criar desculpas para usar cópias piratas. Isso parte deles mesmos e é algo que deve entrar na consciência coletiva. Dizer que você pirateia por motivos X ou Y não ajuda em nada, e apenas serve para que se engane e possa dormir tranquilo à noite.

Além disso, é importante apoiar os jogos de que você realmente gosta. Se alguém distribui um jogo gratuitamente e busca retorno apenas através de doações — caso, principalmente, de pequenos desenvolvedores — não custa nada fazê-lo, embora não esteja no costume brasileiro dar gorjetas ou bonificações do tipo. Expressar apoio na internet e outros lugares também ajuda e não prejudica ninguém.

Já do lado dos desenvolvedores, alguns passos são mais abrangentes, devendo ser observados no mundo inteiro, enquanto outros dependem mais das diferentes regiões. Tudo se baseia em um fato principal, no entanto as pessoas querem jogar os títulos mais aguardados assim que possível.

Com isso em mente, a primeira coisa é disponibilizar os jogos para todas as regiões simultaneamente, especialmente agora que a internet é tão difundida. Se um game é lançado nos Estados Unidos hoje, por exemplo, todos os habitantes do resto do mundo tentarão adquiri-lo de um jeito ou de outro neste dia — seja através de distribuidores estrangeiros legais ou pirateando o título.

A segunda coisa é um preço mais acessível, que realmente leve em consideração o que o jogo oferece, e não simplesmente algo padronizado. Pagar o mesmo por um jogo como Torchlight através de distribuição digital, por exemplo, do que um Modern Warfare 2 comprado em uma loja física, seria injusto — e o consumidor moderno não está disposto a ser explorado.

No fim das contas, todos buscam qualidade e acessibilidade, algo que a pirataria proporciona quando os meios legais não o fazem. Mesmo quando a qualidade é sacrificada, a facilidade de obtenção faz com que a prática compense. É difícil mudar a mentalidade geral? Com certeza, mas não significa que não devamos tentar — afinal de contas, todos querem mais jogos, de maior qualidade e com menor preço.